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A melancolia de Mary e Max :: Crítica


Em 2004, Adam Elliot ganhou o Oscar de melhor curta de animação com Harvie Krumpet, vencendo a ovelha saltitante da Pixar e o esquilo maluco da Era do Gelo. Cinco anos depois, o cineasta lança este Mary & Max, uma animação incrível feita inteiramente com massinha.

Mary é uma garota deslocada, meio feiosa, gordinha, com uma mancha na testa. A vida sem amigos, em uma escola da Austrália, não é muito interessante. Em casa, as coisas não são melhores, já que sua mãe alcoólatra adora depreciá-la, enquanto o pai trabalha dia após dia em uma fábrica, operando a máquina de colocar corda em saquinhos de chá.

Movida por dúvidas que ninguém  responde, um dia Mary resolve mandar uma carta para um endereço aleatório, pego na lista de Nova York que ela achou na agência de Correios. É assim que ela passa a se comunicar com Max.

Max Horovitz é um homem bem estranho, obeso, com crises de ansiedade, que não consegue se relacionar e é avesso a qualquer novidade. Ao receber a carta de Mary, primeiro ele teve uma de suas crises, depois decide responder à menina. Talvez essa seja a primeira amizade de sua longa e triste vida.

Assistimos a história destes “pen pals” por décadas, com todas as suas agruras. O mundo de Mary, na Austrália, é mostrado em tons marrons, dando uma impressão de algo velho e ultrapassado, que ficou para trás no tempo. Já as cenas de Max são todas em preto e branco, como sua vida. A exceção fica por conta dos itens que um envia ao outro, como latas de leite condensado, pompons, chocolates, entre outras coisas. Este detalhe das cores, demonstrando um mundo invadindo o outro, foi o que mais ficou marcado na minha mente.

A animação não me parece para crianças. Trata de temas difíceis de serem entendidos até mesmo por adultos. Ainda assim, não é difícil que os pequenos se encantem com a técnica de stop motion.

O filme é cativante mas, por vezes, dá um soco no nosso estômago: bulling, depressão, alcoolismo, sexualidade, homossexualismo, ódio, amor, suicídio e morte são apenas alguns dos muitos assuntos que vêm à tona através das cartas de Mary e Max, muitas vezes sem que haja qualquer desenvolvimento. Nem tudo precisa ser explicado.

As vozes da Mary adulta e de Max são feitas por Toni Collette (Sexto Sentido e Little Miss Sunshine) e Philip Seymour Hoffman (Dragão Vermelho e Capote), atores conhecidos por darem preferência a personagens estranhos e desajustados.

Espanta-me que Mary & Max tenha sido ignorado pelas principais premiações. Foi, para mim, uma das grandes animações de 2009 e já tem um lugar reservado na minha filmoteca.

Assista o mais rápido que puder.

Veja o trailer e a ficha técnica de Mary & Max


A melancolia de Mary e Max :: Crítica é um post original do blog dos Grandes Filmes.



Grandes Filmes Autor: Grandes Filmes - @grandesfilmes

Criador e revisor do blog dos Grandes Filmes. Viciado em cinema e nerd incorrigível.
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