Por que O Cavaleiro das Trevas é o melhor filme de herói?

Pra começo de conversa, Batman – O Cavaleiro das Trevas tem um time de atores espetacular: Christian Bale, Aaron Eckhart, Michael Caine, Morgan Freeman, Maggie Gyllenhaal e Gary Oldman. Não há o que mexer aqui... Com a troca de Katie Holmes pela Gyllenhaal, eles se livraram da única atriz fraca em papel de destaque. Mas um bom elenco não implica, necessariamente, em um bom filme (já viram algum Harry Potter?).

Além disso, há um enredo cinematográfico, mas que é fiel aos quadrinhos. Sem mostrar uma gota de sangue, Nolan e os roteiristas conseguiram levar para as telas uma história tão sombria e violenta quanto as próprias comic books do Batman. Ainda assim, o filme não é apenas uma transposição dos quadrinhos para o cinema, o que agrada também a quem não é fã dos gibis.

Com tudo isso, O Cavaleiro das Trevas já seria um excelente filme de super-herói. Um dos melhores... Mas, para ser o melhor, ainda faltava alguma coisa. E é aí que entra o grande personagem do cinema recente: o Coringa de Heath Ledger.

Desde sua primeira aparição, o Coringa rouba o filme. Ele comanda (ainda incógnito) um assalto em que todos os bandidos vão sendo mortos. A princípio, pensamos que é um simples roubo a banco, uma busca por dinheiro, mas não... Coringa está mandando um recado para a polícia e também para os mafiosos, donos do banco: “suas regras não valem para mim, a partir de agora, reina a anarquia”.

Pronto! A cada aparição do Coringa, a loucura aumenta. Não apenas a loucura do personagem, mas de todos os que estão à sua volta, policiais, mafiosos, políticos e a população. Sua verdadeira apresentação se dá em uma reunião com os chefes da máfia de Gotham City. Os bandidos querem liquidá-lo, mas ele mostra a todos que está sempre dando as cartas. A “mágica” do desaparecimento do lápis é a primeira das muitas cenas antológicas de Coringa / Ledger, no filme.

Depois disso, não dá mais para falar do personagem sem citar o ator. Sim, o Coringa é o melhor personagem, tem as boas tiradas e as grandes falas do filme, mas na boca de outro ator, talvez frases como “Why so serious” ou “Let’s put a smile on that face” soassem meio idiotas. Ledger deu ao Coringa a credibilidade que Jim Carey não conseguiu dar ao Charada, por exemplo. Em personagens malucos e exagerados como estes, credibilidade é tudo.

O vilão não tem origem, identidade secreta ou nome conhecido. Tudo nele é uma incógnita, o que o torna ainda mais temível. Não tendo uma motivação clara, ninguém, nem mesmo o Batman, consegue prever seu próximo passo.

No meio de tantas falas incríveis, uma se sobressai. Enquanto queima uma pilha gigantesca de dólares, ele solta: “Esta cidade precisa de vilões melhores... Não é sobre dinheiro, é sobre passar uma mensagem”. Simples, não?

Poderia escrever sobre o Batman, cujo único defeito, para mim, é a voz feita por Christian Bale quando está mascarado. Ou sobre o incrível Gary Oldman, em um de seus papéis mais contidos. Ou ainda sobre os monstros Morgan Freeman e Michael Caine. Mas não é necessário, o filme é mesmo de Heath Ledger (que morreu de overdose acidental meses antes do lançamento e ganhou um Oscar póstumo) e seu Coringa.

LET’S PUT A SMILE ON THAT FACE.

Veja também:
Batman - O Cavaleiro das Trevas - Ficha técnica, trailer e sinopse

Por que O Cavaleiro das Trevas é o melhor filme de herói? é um post original do blog dos Grandes Filmes.