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Avatar é um dos grandes filmes de 2009 :: Crítica


Os primeiros dois minutos de Avatar foram uma tortura para mim. Estava em um lugar ruim, na sala Imax do Shopping Bourbon, muito baixo e muito lateral, e acho que isso estava atrapalhando. Não estava conseguindo ver a tela gigante completa, o 3D estava confuso e as legendas apareciam “duplas”.

Aí meus olhos acostumaram e... caracas... o que é aquilo? Jake Sully, o personagem de Sam Worthington, chega à Pandora e uma infinidade de veículos militares gigantescos saltam da tela. Cada nova cena é uma surpresa. O 3D atinge um nível que não imaginaria ser possível há um ano (ainda falha um pouco em cenas com muito movimento).

A história pode ser resumida da seguinte forma: os terráqueos têm uma base em Pandora, de onde querem retirar um mineral ultravalioso, mas os nativos locais já perceberam que os humanos não são confiáveis e os recebem sempre a flechadas. Um grupo de cientistas, liderados pela Doutora Grace Augustine (Sigourney Weaver), criou um programa em que humanos podiam utilizar avatares, similares aos nativos. Com isso, pretendem explorar o planeta e, se possível, entrar em contato com a sociedade local.

O filme se prende em velhos modelos, muito utilizados em animações e filmes de “exploradores”: há uma sociedade “semi-selvagem”, naturalmente boa, conectada com o mundo à sua volta, à floresta e aos animais; há o intruso malvado, que zomba das crenças locais e chega com uma mentalidade colonizadora; e há o intruso bondoso, que entendeu a ligação dos nativos com a natureza e quer apenas conhecê-los, estudá-los e trocar conhecimentos.

A questão é que, apesar do roteiro em si não ter nada de original, o mundo criado por James Cameron é espetacular. Pandora é fantástica, seus habitantes, os Na’vi, são muito bem feitos, com uma língua cuidadosamente construída, e toda a história da conexão com a natureza (que é física, feita através dos cabelos) não soa inverossímil. Enfim, o diretor realmente se esforçou para que tudo soasse perfeito.

Se Pandora é incrível durante o dia, é à noite que as cenas se tornam inesquecíveis. A floresta se torna fosforescente, cada detalhe se torna ainda mais visível, flores gigantes e coloridas brilham ao toque. Não há como assistir e não ficar maravilhado.

Quanto às atuações, não há nenhuma memorável, até porque os diálogos não ajudam muito. O destaque fica por conta de Stephen Lang, um dos grandes vilões do ano, mas ainda assim um degrau abaixo de Hans Landa (de Bastardos Inglórios). Outros bons nomes como Giovanni Ribisi e Sigourney Weaver dão suporte à trama.

E Avatar segue encantando com uma história simples, mas bem amarrada. Outra coisa que me espantou foi que o filme tem 2h40 mas, em nenhum momento, pareceu cansativo. Passou rápido, até. Os aplausos finais, coisa que há muito eu não via no circuito normal, foram merecidos.

As legendas, que eram uma fonte de preocupação para mim funcionam perfeitamente no 3D. Tudo é uma questão de costume.

Avatar foi um dos poucos filmes que me fizeram sair do cinema satisfeito este ano. Assistam no cinema, se possível em 3D, melhor ainda se for Imax. Garanto que não haverá arrependimento.

Veja também:
Avatar: cartazes, trailer e ficha técnica




Grandes Filmes Autor: Grandes Filmes - @grandesfilmes

Criador e revisor do blog dos Grandes Filmes. Viciado em cinema e nerd incorrigível.
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