Maradona, de Emir Kusturica (2008) :: Crítica
Crítica, DiegoArmandoMaradona, EmirKusturica, Maradona, Mostra SP, Resenha, TextoMaradona par Kusturica
Direção: Emir Kusturica
Roteiro: Emir Kusturica
Elenco: Diego Armando Maradona / Emir Kusturica
Sinopse:
Figura polêmica, pelo talento no campo ou pela língua afiada, pelo vício em cocaína ou pela proximidade dos regimes de esquerda. O argentino Diego Armando Maradona, considerado um dos mais importantes jogadores de futebol de todos os tempos, ganha um retrato íntimo filmado pelo premiado diretor iugoslavo Emir Kusturica, grande fã de futebol e do craque.
Opinião:
Primeiro filme que vi na Mostra SP 2009, Maradona de Kusturica é risível.
Em vez de focar no futebol e exibir ao mundo que o jogador foi, sem a menor dúvida, o maior craque dos gramados nos últimos 30 anos, Kusturica preferiu nos brindar com um Maradona "pseudo-revolucionário", cujos gols não eram simplesmente gols e sim instrumentos de uma suposta luta contra as nações imperalistas.
Assim, vemos pouquíssimos gols, sendo que um dos mais bonitos da história das Copas do Mundo, contra a Inglaterra, em 1986, é exibido à exaustão.
Em vez de futebol, temos entrevistas com o Maradona "revolucionário" exibindo seus estranhos pontos de vista: ele diz que não aperta as mãos de Bush, por estarem cheias de sangue, mas passa o filme inteiro enaltecendo Fidel (nenhuma palavra sobre os mortos de Cuba); ele chama o ex-presidente da Federação Italiana de Futebol de mafioso, mas parece esquecer que o Nápoles em que ele jogava era diretamente ligado à Máfia Italiana; ele cita os ingleses como assassinos, mas não fala que foram os argentinos, sob comando de um governo militar com mania de grandeza, que iniciou a Guerra das Malvinas, guerra totalmente desnecessária.
O único momento que realmente gostei, e foi emocionante, foi quando dois cantores de rua tocam algo como: "Se eu fosse Maradona", uma balada que deixou até o marrento jogador visivelmente abalado. Kusturica podia ter feito o filme apenas sobre a paixão que o povo argentino tem pelo craque e teria um material espetacular em mãos.
O que poderia ser um bom documentário sobre um gênio da bola, acaba se tornando blá-blá-blá anti-imperialista. No final, fiquei com a impressão de ter visto aqueles programas da Rede TV que falam sobre celebridades.
Autor: Grandes Filmes - @grandesfilmes Criador e revisor do blog dos Grandes Filmes. Viciado em cinema e nerd incorrigível. |