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Semana Cinéfila #2: Jean Renoir


Dando continuidade às minhas Semanas Cinéfilas, assisti a quatro filmes de Jean Renoir.

Jean Renoir (fantasiado de gorila) em A Regra do Jogo
Jean Renoir (fantasiado de gorila) em A Regra do Jogo

Jean Renoir cresceu cercado pelos quadros de seu pai, o grande pintor impressionista Pierre-Auguste Renoir. Autor de filmes que não receberam a devida atenção quando foram lançados, mais tarde o diretor acabou sendo aclamado como um dos mais influentes por diferentes gerações de cineastas, em especial por François Truffaut e diretores da Nouvelle Vague.

Seus filmes são impregnados do dia-a-dia francês, contando histórias aparentemente banais, mas que, em via de regra, levam a desfechos inesperados, ainda que perfeitamente coerentes com a relação causa e efeito da trama.

Os principais filmes de Renoir são citados, ainda hoje, em todas as listas de melhores filmes de todos os tempos.

Na Semana Cinéfila #2 – Jean Renoir, assisti a 4 filmes: A Cadela (1931), Boudu Salvo das Águas (1932),  A Grande Ilusão (1937) e A Regra do Jogo (1939).


A Cadela (La Chienne, 1931)

A Cadela, de Jean Renoir


Conta a história de um homem de meia-idade, tímido e sem perspectiva na vida, afundado em um casamento e um emprego onde é constantemente humilhado. Sua única fuga são quadros, que pinta como hobby.

Ao conhecer uma prostituta, encontra algo que lhe parece uma razão para viver e, meio ingenuamente, passa a bancá-la, sem perceber que ela se aproveita dele para sustentar seu cafetão.

E o resto seria spoiler.

O filme é imperdível!

Um fato trágico é que a atriz principal morreu apenas duas semanas após o término das filmagens, em um acidente de carro.


Boudu Salvo das Águas (Boudu Sauvé des Eaux, 1932)

Boudu Salvo das Águas, de Jean Renoir


Um mendigo perde seu cachorro em um parque e resolve se matar afogado. Ao ser salvo por um dono de uma livraria, acaba entrando na vida de sua família burguesa, composta pelo livreiro, sua esposa e sua empregada / amante, gerando mudanças irremediáveis.

Baseado em uma peça, Boudu gira em torno de conflitos: o rico benfeitor e o pobre que não pediu para ser ajudado, a ordem e o caos.

Dos quatro filmes que vi, achei este o mais fraco. Mas ainda assim, vale a pena conferir.


A Grande Ilusão (La Grande Illusion, 1937)

A Grande Ilusão, de Jean Renoir

Conta a história de um campo de prisioneiros alemão, onde estão confinados oficiais do exército francês, durante a Primeira Guerra Mundial.

O clima de respeito existente entre os oficiais de ambos os lados deixa claro que existem regras de conduta, de certa forma aristocráticas, que deveriam ser seguidas de ambos os lados. Mas tudo é uma ilusão, já que há uma guerra em curso, e essas regras são frágeis e constantemente quebradas.

Há ainda uma esperança sempre presente, em alguns personagens, de que a Guerra está no fim. Coisa que também não é verdade. Por fim, vale lembrar que ao chamar a Primeira Guerra Mundial de "A Grande Guerra", as pessoas queriam dizer que nada poderia ser pior que aquilo, outra coisa que também se mostrou uma ilusão. O filme foi feito poucos anos antes do começo da Segunda Guerra.

Para mim, o melhor desta semana, sem sombra de dúvida.


A Regra do Jogo (La Règle du Jeu, 1939)
A Regra do Jogo, de Jean Renoir


Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, um grupo de ricos franceses se reúne em uma casa de campo para uma grande festa. Ali temos a amante do anfitrião, o herói francês que acabou de se declarar em rede nacional de rádio para a esposa do anfitrião, o amigo parasita, este também apaixonado pela esposa. Entre os criados, também temos casais e traições.

Todo um mosaico de pequenas futilidades vai se formando, com as pessoas sempre citando as regras de convívio social e, ao mesmo tempo, não as respeitando. Com isso, as ações vão se tornando a cada momento mais agressivas, com discussões, perseguições e tiros se mesclando com danças e interpretações musicais. Mais uma vez, o caos se instaura na aparente normalidade.

A Regra do Jogo é considerado por muitos a obra-prima de Renoir e citado como grande fonte de influência no cinema moderno, ao lado de Cidadão Kane, de Orson Welles.

Apesar de tudo isso, ainda prefiro A Grande Ilusão.


Outros filmes de Jean Renoir:

Uma lista com outros filmes que podem entrar em qualquer semana especial de Jean Renoir.

Um Dia No Campo (Partie de Campagne, 1936)
O Crime do Sr. Lange (Le Crime de Monsieur Lang, 1936)
A Besta Humana (La Bête Humaine, 1938)
A Carruagem de Ouro (Le Carrosse d'Or, 1952)


O que é a Semana Cinéfila?

Criei a Semana Cinéfila como forma de assistir diversos clássicos do cinema que nunca tinha visto, ou que tinha visto há muito tempo.

Um jeito legal de mergulhar fundo nos melhores filmes de todos os tempos, usando como referência diversas fontes e listas, como: Bravo! - 100 Filmes Essenciais da História do Cinema, 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, o site Melhores Filmes e as listas do IMDb, entre outros.

Faça você também a sua semana cinéfila.


Leia também: 

Semana Cinéfila #1: Akira Kurosawa

Não perca, no próximo domingo, a Semana Cinéfila #3: Billy Wilder.

Semana Cinéfila #2: Jean Renoir é um post original do blog dos Grandes Filmes.



Grandes Filmes Autor: Grandes Filmes - @grandesfilmes

Criador e revisor do blog dos Grandes Filmes. Viciado em cinema e nerd incorrigível.
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