Cheguei ao Kinoplex Itaim para assistir a Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte I em cima da hora, uma das vantagens dos lugares marcados. A principal desvantagem foi o fato de eu estar completamente cercado por adolescentes que tinham, por algum motivo obscuro, pulado uma poltrona bem no meio deles na hora de comprar o ingresso.
Comerciais, trailers, tudo é mostrado com as luzes acesas. Já está rolando um certo atraso quando aparece o símbolo da Warner na tela e o falatório ainda é alto. As luzes se apagam, o filme começa, mas as conversas não cessam; tenho que pedir para os dois garotos ao meu lado ficarem quietos.
Snape, perfeitamente interpretado por Alan Rickman, entra na mansão dos Malfoy. Um início assustador que mostra, logo de cara, o tom do sétimo livro (e filme). Nada que lembre o colorido Harry Potter e A Pedra Filosofal, de 2001. As crianças cresceram e a história deixou de ser infantil.
Como já é uma tradição nos filmes do Harry, o diretor David Yates optou por fazer poucas adaptações na trama de Harry Potter e As Relíquias da Morte – Parte 1. Com dois filmes de 2h30, Yates tem que cortar apenas aquilo que realmente não importa na busca pelas Horcruxes e pelas Relíquias.
Se pensarmos em quem não leu a versão impressa, essa passagem de quase todo o livro para a tela pode ser uma armadilha, já que ele tem vários capítulos de praticamente nenhuma ação, com os protagonistas sem qualquer noção de que rumo tomar em sua luta para destruir Voldemort. Já o fã não vai se importar com aquelas cenas intermináveis na floresta, ele conhece e espera por essa diminuição no ritmo da história.
A principal diferença entre o livro e o filme é que no primeiro há um grande conflito acontecendo na mente de Harry, pois o rapaz passa a questionar se seu ídolo, Dumbledore, era realmente quem ele imaginava. O filme apenas cita isso, muito de passagem. Ponto para Yates, já que o conflito faz parte daquele costumeiro “embromation” com que J.K. Rowling recheia suas histórias.
Na parte final de Harry Potter e As Relíquias da Morte – Parte I, as coisas finalmente voltam a ficar quentes, com cenas de fugas, duelos e lutas. É aí que voltamos a ver Dobby e Belatrix (Helena Bonham Carter), para mim, os grandes destaques deste filme. Toda a cena na Mansão Malfoy é empolgante, além de bem sinistra. O pequeno elfo digital traz para as telas uma emoção que não tinha sido transmitida com tanta força pelos três personagens principais, enquanto Helena dá um show de maluquice e maldade com sua Belatrix Lestrange.
O filme termina no ponto certo. Quem já leu o livro sabe que agora tudo se torna frenético. As pessoas saem do cinema com aquela vontade de ver o final da história.
Na segunda parte da trama, Harry, Rony e Hermione têm que encontrar três Horcruxes e duas Relíquias da Morte. Depois disso, Potter provavelmente deverá duelar com Lord Voldemort, já que é o “escolhido”. Sem dúvida serão 150 minutos de muita ação.
Acho que a gente não perde por esperar.
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