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100 anos de Orson Welles


Neste mês de maio, Orson Welles faria 100 anos.

Nascido em 06 de maio de 1915, na cidade americana de Kenosha, Welles foi um dos mais influentes e controversos diretores de cinema de todos os tempos. Dirigiu mais de 20 filmes, entre ficção e documentários, vários deles não creditados, além de vários curtas. Atuou ainda mais, sempre se valendo de seu sorriso cínico e de sua voz marcante, o que lhe rendeu o papel de narrador em diversos filmes, também.

100 anos de Orson Welles

A carreira de Welles foi marcada pelos suas brigas com os estúdios, o que acabou fazendo com que passasse uma boa parte dela fazendo filmes na Europa, longe de Hollywood. Três das confusões mais famosas envolvem seus filmes mais conhecidos: Cidadão KaneA Dama de Shangai e A Marca da Maldade.

Cidadão Kane mostra a ascensão e queda de Charles Foster Kane, um magnata da comunicação. O filme é claramente inspirado na vida de William Hearst, que não gostou nem um pouco de se ver retratado no cinema daquela forma. O filme quase não pôde ser lançado, por causa de um processo movido por Hearst.

Em A Dama de Shangai, Welles trouxe Rita Hayworth, sua esposa na época, de cabelos curtos e tingidos de loiro, em vez de sua longa cabeleira ruiva, marca registrada da atriz. O estúdio insinuou que Welles fez isso apenas para irritá-los, já que Rita era considerada um dos maiores “patrimônios” da Columbia. E, conhecendo Welles, é provável que tenha sido realmente uma provocação.

Charlton Heston e Orson Welles em A Marca da Maldade

Já em A Marca da Maldade, a confusão foi muito maior. Descontente com o toque “artístico” dado por Welles para um filme que deveria ser uma história policial simples, protagonizado por um dos maiores astros da época, Charlton Heston, a Universal editou a obra à revelia do diretor. Welles redigiu um documento com mais de 50 páginas com todas as alterações que ele queria que a Universal fizesse antes de lançá-la, o que não foi atendido. Só em 1998, uma nova montagem de A Marca da Maldade foi feita, seguindo o mais fielmente possível os pedidos de Welles. A nova versão ganhou diversos prêmios em seu relançamento e é um dos filmes mais incríveis da carreira do diretor.

Mas talvez a maior controvérsia da carreira de Welles tenha acontecido antes de sua entrada para o cinema, o famoso episódio envolvendo a transmissão via rádio de Guerra dos Mundos, de H.G. Wells. Propositalmente, Orson, que era apenas um locutor, avisou que a transmissão era uma dramatização do livro de ficção científica apenas no início e no fim do programa, o que fez com que grande parte das pessoas pensasse que os fatos relatados no rádio fosse uma real invasão de extraterrestres. Hoje em dia se discute se os relatos de pânico nas ruas realmente aconteceram, o que é certo é que a “pegadinha” armada por Orson acabou lhe trazendo notoriedade e abriu as portas de Hollywood para ele.

O diretor era grande fã de Shakespeare e alguns de seus melhores filmes são adaptações das peças do autor inglês: Macbeth, Otelo e Falstaff – O Toque da Meia-Noite.

Orson Welles faleceu aos 70 anos, em 10 de outubro de 1985. Deixou como legado uma das obras mais aclamadas por quem ama a sétima arte e, principalmente, por pessoas que trabalham com cinema.

Confira abaixo uma lista de 7 filmes imperdíveis dirigidos por Orson Welles, um diretor que não coube no esquema de Hollywood:

Orson Welles em Cidadão Kane

Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941) – Estrelado por Orson Welles, Joseph Cotten e Dorothy Comingore – Um grande magnata da comunicação morre e um jornalista tenta descobrir o que significa a última palavra dita por ele, colhendo entrevistas de pessoas que conviveram com aquela pessoa fascinante e, ao mesmo tempo, intragável. Durante todo o filme somos confrontados com a questão: o que significa “Rosebud”? No seu filme de estreia, Welles revolucionou o cinema com novos ângulos de câmera e edição não-linear. Ainda hoje, Cidadão Kane é frequentemente citado nas listas de melhores filmes de todos os tempos.

Soberba (The Magnificent Ambersons, 1942) – Estrelado por Tim Holt, Joseph Cotten e Dolores Costello – Um rapaz rico e extremamente mimado tenta atrapalhar o relacionamento de sua mãe com o homem que ela amou na juventude, enquanto vê a família perder pouco a pouco a fortuna que sempre teve.

O Estranho (The Stranger, 1946) – Estrelado por Orson Welles, Edward G. Robinson e Loretta Young – Investigador de crimes de guerra chega a uma pequena comunidade para investigar um homem acima de qualquer suspeita, que pode ser um perigoso criminoso nazista. A cena final é muito impactante.

Rita Hayworth e Orson Welles em A Dama de Shangai

A Dama de Shanghai (The Lady From Shanghai, 1947) – Estrelado por  Rita Hayworth, Orson Welles e Everett Sloane – Um marinheiro se junta a um bizarro cruzeiro, em alto mar, no barco de um milionário e sua estonteante e misteriosa esposa. Logo, ele se vê envolvido em uma trama de assassinato, cheia de reviravoltas.

Macbeth (1948) – Estrelado por Orson Welles, Jeanette Nolan e Dan O'Herlihy – Ótima adaptação da peça amaldiçoada de William Shakespeare. Com cenários mínimos, a adaptação lembra uma peça teatral. O próprio Welles interpreta Macbeth.

A Marca da Maldade (Touch of Evil, 1958) – Estrelado por Charlton Heston, Orson Welles e Janet Leigh – Após a explosão de um carro na fronteira dos EUA com o México, um policial americano, que tem fama de nunca ter deixado um caso sem solução, e um promotor mexicano, que luta contra os cartéis de drogas, acabam batendo de frente ao disputarem quem vai investigar o crime. O embate entre Orson Welles (americano) e Charlton Heston (mexicano) é espetacular. A cena inicial, em que seguimos com o carro, prestes a explodir, e a cena final, em que o vilão é confrontado, são de tirar o fôlego.

Anthony Perkins em O Processo 

O Processo (The Trial, 1962) – Estrelado por Anthony Perkins, Jeanne Moreau e Orson Welles – Adaptação para o cinema do livro inacabado de Franz Kafka. A escolha de Anthony Perkins, conhecido por interpretar o psicopata Norman Bates, para o papel de Josef K foi perfeita. Um dos meus filmes preferidos de todos os tempos.


100 anos de Orson Welles é um post original do blog dos Grandes Filmes.



Grandes Filmes Autor: Grandes Filmes - @grandesfilmes

Criador e revisor do blog dos Grandes Filmes. Viciado em cinema e nerd incorrigível.
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