Segurando as Pontas podia ser mais despretensioso
Crítica, David Gordon Green, James Franco, Jessica Batista, Resenha, Seth Rogen, TextoTalvez seja um perigo afirmar, mas vale a pena passar duas horas assistindo a comédia Segurando as Pontas (Pineapple Express, 2008), do diretor David Gordon Green (Contra Corrente). Os bons atores Seth Rogen, interpretando o maconheiro Dale Denton – que entrega mandados judiciais – e James Franco, como o impagável distribuidor de drogas Saul Silver, formam a dupla de protagonistas que corre contra o tempo para salvarem suas vidas. Claro, fumando marijuana sempre que possível.
Dizer que o filme é muito engraçado, assim como pretendido, é exagero. A trama policial que serve como pano de fundo para a história é fraca e com atores secundários de dar aquele sono. Saul é o único distribuidor local (traficante do bem, como ele se intitula) que vende a rara Pineapple Express, variação da droga que Denton, seu comprador e amigo, adora. Ao entregar um mandado judicial ao traficante Ted Jones (Gary Cole), Denton presencia um assassinato e foge para a casa/ponto de droga de Saul.
Ao fugir, porém, deixa para trás um pouco do cigarrinho que os traficantes rapidamente identificam e sabem a quem procurar para acabar com as testemunhas. Apesar do roteiro frágil e de muitas perseguições e tiros sem sentido, o diálogo travado entre os dois protagonistas consegue levar bom humor, com piadas no tempo certo, aos espectadores. A cena dos dois perdidos na mata bem doidões, por exemplo, vale muitas risadas.
Talvez a intenção de elevar o nível da comédia ao inserir outros elementos como ação, perseguição e muitos tiros tenham feito o filme se perder algumas vezes. Alguns personagens, como a namoradinha de Denton (Angie Anderson), ficam sem uma conclusão. Afinal, nada como o despretensioso Cheech and Chong (anos 70 e 80) que deixa claro que um filme para maconheiros sobre maconheiros não precina nada além de fazer rir.
E viajar!
Autora: Jéssica Batista - @ajessicabatista Formada em Jornalismo, é apaixonada por roteiros com longos diálogos e fotografias. |