Harry Potter: O final que os fãs esperavam
Alan Rickman, Crítica, Harry Potter, J K Rowling, Maggie Smith, Resenha, TextoEm 2001, chegou aos cinemas Harry Potter e A Pedra Filosofal, a adaptação do primeiro livro da saga do bruxinho inglês. Na época, a história ainda não havia sido contada por inteiro, apenas 4 livros tinham sido escritos, faltavam os três últimos, justamente os mais extensos e importantes. Dez anos e sete filmes depois, a trama se encerra com Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2, lançado neste final de semana.
HP7.2 começa exatamente depois da chegada do trio protagonista à casa de Gui Weasley e Fleur Delacour, com Sr. Olivaras e o duende Grampo. Harry, Rony e Hermione acabaram de destruir a horcrux que havia sido encontrada no começo da parte 1 e, agora, devem ir atrás de pelo menos outros 3 pedaços da alma de Lord Voldemort: um pedaço que está na taça da Lufa-Lufa, outro que provavelmente está na cobra de estimação de Lord das Trevas e a terceira que deve estar em um artefato ligado a Ravena Corvinal.
Paralelamente às Horcruxes, Harry também está preocupado com a lenda das Relíquias da Morte, cuja Varinha das Varinhas poderia dar a Voldemort a capacidade para finalmente matá-lo. O filme anterior terminou exatamente com o vilão chegando até o túmulo de Dumbledore, o último dono da Varinha da Morte.
E o filme se desenrola com muita ação e em ritmo frenético. Como já é praxe nas adaptações da saga que foram dirigidas por David Yates, praticamente tudo o que é supérfluo no livro é cortado fora. Mas mesmo tirando o que não era necessário, até a batalha final em Hogwarts, a adaptação é tão fiel ao livro quanto possível.
Quem leu a obra de J.K. Rowling irá perceber que várias pequenas mudanças são feitas quando finalmente chegamos à batalha de Hogwarts. Não gostei de algumas escolhas, em especial do duelo entre Harry e Voldemort. Poderia ter sido mais grandioso. O seu desfecho pareceu meio gratuito, ao contrário do livro onde Harry e Voldemort lançam cada um uma magia diferente e você entende exatamente o porque de um deles ter sido atingido.
Os três atores principais continuam atuando da mesma forma que nos filmes anteriores, mas é o que basta, não ajudam e nem atrapalham. Tenho sérias dúvidas de que qualquer um dos três conseguirá deixar seus personagens para trás. Só esperando para saber.
Felizmente podemos ver um pouco mais de Maggie Smith e sua ótima Minerva McGonagall, que sempre teve papel importante nos livros mas que mal apareceu a partir do terceiro filme. A atriz é uma das melhores deste elenco estelar e ganha importância nas cenas da defesa da escola contra os bruxos trevas.
Mas nada se compara à atuação de Alan Rickman, que interpreta Severo Snape. No filme, ele se tornou o diretor da escola, a serviço de Voldemort e torna a vida dos alunos um verdadeiro inferno, com a ajuda de bruxos das trevas que se tornaram professores. São de Snape as melhores cenas e a interpretação mais marcante, com sua fuga da escola, o diálogo com Voldemort e suas memórias. Rickman deu um show.
Como já conhecia toda a trama, fica difícil avaliar se a explicação do funcionamento da Varinha das Varinhas para Voldemort dava para ser entendida por quem não tinha lido o livro. O certo é na saída da sala de cinema pude ver alguns leitores explicando para não-leitores essa parte. Fiquei com a impressão de que não ficou tão claro.
Em seu final, o filme passa a mensagem de que há coisas pelas quais vale a pena lutar e, em alguns casos, até mesmo morrer. Enquanto os bruxos que defendem o mundo contra Voldemort estão sempre unidos e prontos para brigar pelo que acreditam e por seus companheiros, os do lado das trevas abandonam a batalha sem pensar duas vezes.
A trama tem vários momentos tristes e muita gente saiu do cinema com lágrimas nos olhos. No entanto, dá para afirmar que Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 conseguiu levar para as telas tudo aquilo que os fãs esperavam.
Vai deixar saudades em muita gente.
Autor: Grandes Filmes - @grandesfilmes Criador e revisor do blog dos Grandes Filmes. Viciado em cinema e nerd incorrigível. |